Gazeta Buenos Aires - Candidatos do segundo turno presidencial empatam na Polônia

Candidatos do segundo turno presidencial empatam na Polônia
Candidatos do segundo turno presidencial empatam na Polônia / foto: Sergei GAPON, Wojtek RADWANSKI - AFP/Arquivos

Candidatos do segundo turno presidencial empatam na Polônia

O pró-europeu Rafal Trzaskowski, prefeito de Varsóvia, e o historiador nacionalista Karol Nawrocki reivindicaram, neste domingo (1º), a vitória no acirrado segundo turno das eleições presidenciais da Polônia, no qual pesquisas de boca de urna indicaram um empate.

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Esta crucial votação pode ter consequências para o papel do país na União Europeia e para os direitos da comunidade LGBTQIA+.

Nawrocki obteve 50,7% dos votos contra 49,3% para Trzaskowski, segundo a nova pesquisa do Instituto Ipsos. O cálculo anterior era de 50,3% para Nawrocki e 49,7% para Trzaskowski.

Ambos os candidatos reivindicaram sua vitória, antes dos resultados oficiais, que devem ser anunciados na segunda-feira pela autoridade eleitoral.

"Vencemos", declarou Trzaskowski logo após o anúncio dos resultados das pesquisas, classificando a suposta vitória como "por um fio".

"Estes resultados mostram o quanto estas eleições foram incrivelmente disputadas. E acredito que a primeira tarefa do presidente será estender a mão àqueles que não votaram em mim", acrescentou.

Por sua vez, Nawrocki garantiu aos seus apoiadores que foi o vencedor.

"Esta noite vamos vencer. Vamos vencer e vamos salvar a Polônia", afirmou.

Os centros de votação fecharam às 19h GMT (16h no horário de Brasília) neste país membro da UE e da Otan que faz fronteira com a Ucrânia e tem apoiado seu vizinho na guerra contra a Rússia.

A participação foi de 72,8%, levemente superior às eleições presidenciais de 2020 (68,17%). Os dois candidatos votaram na capital, Varsóvia.

- Poder de veto -

Os presidentes da Polônia, um país em rápido crescimento econômico com 38 milhões de habitantes, têm o poder de vetar leis e são os comandantes em chefe das Forças Armadas.

Uma vitória de Trzaskowski seria um impulso para a agenda progressista do primeiro-ministro Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu.

Isto poderia significar mudanças sociais, como a introdução de uniões civis para casais do mesmo sexo e uma flexibilização da proibição quase total do aborto na Polônia.

Em contrapartida, se Nawrocki triunfar, fortaleceria o partido populista Lei e Justiça (PiS), que governou o país de 2015 a 2023, e poderia levar a novas eleições parlamentares.

Muitos apoiadores do nacionalista querem controles migratórios mais rígidos e defendem valores conservadores e uma maior soberania em relação à UE.

"Não devemos ceder à pressão europeia", disse a dona de casa Agnieszka Prokopiuk, de 40 anos, antes da votação.

Mas muitos dos apoiadores de Trzaskowski defendem uma maior integração à Europa e a aceleração das reformas sociais.

A guia turística Malgorzata Wojciechowska espera que o candidato pró-europeu "relance o debate sobre o aborto”. Isto “para que finalmente vivamos em um país livre onde possamos ter nossa própria opinião", acrescentou.

Y.Arias--GBA