Gazeta Buenos Aires - Equador transfere primeiros presos para megaprisão após massacre carcerário

Equador transfere primeiros presos para megaprisão após massacre carcerário
Equador transfere primeiros presos para megaprisão após massacre carcerário / foto: Handout - X account @DanielNoboaOk/AFP

Equador transfere primeiros presos para megaprisão após massacre carcerário

O presidente do Equador, Daniel Noboa, apresentou nesta segunda-feira (10) os primeiros 300 presos considerados "os mais perigosos" do país, que ocuparão sua nova megaprisão de alta segurança, após uma violenta chacina em um presídio.

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Vestidos com uniformes laranja, de mãos atadas e cabeça raspada, olhando para o chão, cerca de 20 detentos aparecem sentados no piso e cercados por militares com o rosto coberto, segundo imagens divulgadas pelo presidente na rede X.

O chamado presídio de El Encuentro, com capacidade para 800 pessoas, é uma das duas megaprisões que Noboa prometeu construir nos moldes do colega salvadorenho Nayib Bukele, em meio à sua ofensiva direta contra o narcotráfico.

"O crime quis desafiar o Equador e iniciar sua campanha. Hoje, o Equador respondeu com ações", escreveu Noboa.

Em uma segunda publicação, o presidente divulgou uma foto em que se veem mechas de cabelo no chão e a legenda "Presídio de El Encuentro, 10 de novembro de 2025".

"Agora vai começar a choradeira...", acrescentou Noboa, criticado por organizações de direitos humanos que denunciam abusos das forças de segurança em meio à política linha-dura do governo e aos sucessivos estados de exceção.

As cadeias equatorianas são centros de operações e confrontos entre facções dedicadas ao narcotráfico.

O mais recente massacre em um presídio ocorreu no fim de semana, no sudoeste do país, na prisão de Machala, província de El Oro. A chacina deixou 31 presos mortos, elevando para mais de 500 o número de mortos nas penitenciárias do país desde 2021.

A transferência ocorre às vésperas do referendo promovido por Noboa para permitir novamente a instalação de bases militares estrangeiras em território equatoriano.

O órgão estatal responsável pelas prisões (Snai) atribuiu os confrontos a "uma reorganização" de alguns detentos "na nova prisão de segurança máxima".

"A festa acabou para eles", afirmou em entrevista o ministro do Interior, John Reimberg.

O.Costa--GBA