Gazeta Buenos Aires - Aeroporto de Munique retoma voos após segunda suspensão por alerta de drones

Aeroporto de Munique retoma voos após segunda suspensão por alerta de drones
Aeroporto de Munique retoma voos após segunda suspensão por alerta de drones / foto: Michaela STACHE - AFP

Aeroporto de Munique retoma voos após segunda suspensão por alerta de drones

O aeroporto de Munique, no sul da Alemanha, retomou "progressivamente" os voos neste sábado(4), mas são esperados atrasos depois de ter fechado na sexta-feira pela segunda noite consecutiva devido a um alerta de drones, após vários incidentes semelhantes na Europa.

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Os países europeus estão alarmados depois que na semana passada Dinamarca e Noruega fecharam aeroportos após detectarem a presença de drones.

Essas perturbações aumentaram a tensão derivada da guerra na Ucrânia, depois que Polônia e Romênia denunciaram em setembro incursões de drones e a Estônia afirmou que três caças russos violaram seu espaço aéreo.

A Rússia nega sua implicação, mas a UE propôs um plano para implementar um "muro" antidrones.

Na sexta-feira, o aeroporto de Munique informou que "a partir das 21h30 [locais, 16h30 de Brasília] o tráfego aéreo foi restringido e depois cancelado devido a avistamentos de drones", o que levou ao desvio de 23 voos de chegada e ao cancelamento de outros 12 com destino à cidade.

Ao todo, 46 decolagens tiveram de ser canceladas ou adiadas para sábado, afetando 6.500 passageiros.

Um porta-voz da polícia disse à AFP que houve "dois avistamentos simultâneos confirmados por patrulhas policiais pouco antes das 23h [18h de Brasília] nas áreas próximas às pistas norte e sul".

"Os drones se afastaram imediatamente, antes que pudessem ser identificados", acrescentou.

"Como na noite anterior, o aeroporto, em colaboração com as companhias aéreas, forneceu rapidamente assistência aos passageiros nos terminais. Foram disponibilizadas camas de campanha, além de cobertores, bebidas e lanches", informou a administração do terminal.

A primeira interrupção, na quinta-feira, provocou o cancelamento de mais de 30 voos e deixou cerca de 3 mil passageiros ilhados no aeroporto.

O incidente começou às 20h30 de quinta-feira (15h30 de Brasília), quando a polícia informou que drones foram vistos em áreas próximas ao aeroporto, incluindo as cidades de Freising e Erding.

Esta última abriga um campo de aviação usado pelas forças armadas da Alemanha. O jornal Bild relatou que alguns drones teriam sobrevoado o local, mas a polícia não confirmou.

Os primeiros aparelhos foram avistados perto do perímetro do aeroporto às 21h05 de quinta (16h05 de Brasília) e, cerca de uma hora depois, sobre o complexo. Os registros se estenderam até a meia-noite (19h de Brasília).

Helicópteros da polícia foram acionados, mas "não há informações sobre o tipo ou a quantidade de drones", disse a corporação.

- Alerta máximo -

Mais cedo na sexta-feira, o ministro do Interior da Alemanha, Alexander Dobrindt, afirmou que o primeiro incidente foi um "alerta" sobre a ameaça representada pelos drones.

"A corrida entre a ameaça dos drones e a defesa contra drones está ficando cada vez mais difícil", disse ao jornal Bild, acrescentando que é "urgente mais financiamento e pesquisa" sobre o tema em nível nacional e europeu.

O governo alemão deve aprovar na próxima quarta-feira um projeto de lei que permitirá ao exército do país derrubar drones quando necessário.

Os avistamentos na Dinamarca e as recentes incursões aéreas na Estônia e na Polônia aumentaram os temores de que a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia possa ultrapassar fronteiras europeias.

Na quinta-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou a Europa de que essas incursões demonstram a intenção de Moscou de "escalar' sua agressão.

A Alemanha está sob alerta máximo, após relatar que um enxame de drones sobrevoou o país na semana passada, incluindo áreas militares e industriais.

A Dinamarca também elevou o tom, com a primeira-ministra Mette Frederiksen reiterando, na semana passada, que apenas um país "representa uma ameaça à segurança da Europa, e esse país é a Rússia".

Moscou, por sua vez, "rejeita firmemente" qualquer sugestão de seu envolvimento. O presidente russo Vladimir Putin acusou a Europa de alimentar a "histeria" para justificar o aumento nos gastos militares.

Os 27 países do bloco da UE reuniram-se na quinta-feira em Copenhague e discutiram o plano de reforçar a defesa com um "muro antidrones".

Y.Iglesias--GBA